A caminho do CSQ - parte III
Uma parte importante nesta fase de preparação para a entrevista, foi o aprendizado do francês. Quando começamos o processo não tínhamos nenhum conhecimento da língua e este seria, com certeza um dos grandes obstáculos que teríamos de enfrentar.
Iniciamos nossos estudos fazendo cursos intensivos em janeiro. Iniciamos um intensivo com aulas todos os dias de noite. Nesta hora já começamos a perceber que seria um grande desafio. Quando o curso terminou, não conseguimos continuar nossos estudos em nenhuma escola, devido à dificuldade de encontrarmos um horário que conciliasse com o trabalho. Mesmo assim continuamos nossos estudos em casa.
Alors, como o Rogério estava de férias no mês de março, começamos nossas aulas particulares de francês, todos os dias da semana, com duração de 2 horas, pois como iríamos perder pontuação, em função da idade dele e a não inclusão da minha filha no início deste processo. Por isto, teríamos que nos preparar fortemente no francês.
O Rogério se saía muito bem nas aulas, e EU nada. Gaguejava demais, esquecia as palavras, esquecia de conjugar os verbos (eu sonhava conjugando verbos). Era uma pressão do meu marido, do professor, dos sonhos (pesadelos) além da própria cobrança individual. Senti-me muitas vezes incapaz de conseguir, uma inútil, um zero a esquerda, mas EUZINHA tinha que saber o francês, porque se a titularidade passasse para mim eu teria que saber argumentar na hora da entrevista.
Comecei a me dedicar mais e mais, e um pouco mais. A minha decepção chegou quando fomos fazer a prova de nivelamento na Aliança Francesa no dia 19/03. Fui classificada no 2º semestre do nível básico (buá, buá, buá), e meu marido no 6º semestre do intermediário, que equivale a 320 horas de francês, a decepção foi grande pra mim, todo este esforço pra nada? O que tem de errado comigo? NADA, absolutamente NADA...precisava perder o medo, o medo de falar...
Na semana seguinte o Rogério voltou ao trabalho, e eu continuei sozinha as aulas particulares, e me dediquei horas intensas a noite em casa, exigia muito mais de mim agora, eu precisava fazer outra prova na Aliança Francesa, e alcançar às 300 horas. Passadas 03 semanas, refiz a prova, foi numa quarta feira antes da entrevista, cheguei na Aliança Francesa, gelada, com dor de cabeça, trêmula, nervosa mesmo. Mas sabia que estava preparada, estava confiante, e tive o apoio constante do meu marido e do meu professor Marcos Henrique.
Levei 2 horas para fazer a prova, e lá estava eu, FELIZ, radiante de alegria, pela conquista de ter alcançado às 320 horas... (aliás só um comentário, minha pontuação foi maior que a do Rogério...) rsrsrsrs... mas o mais importante é que eu agora estava preparada para encarar o Monsieur Daniel Leblanc.
O Rogério estava somente na preparação do projeto, nem aulas ele fazia mais, só pesquisava. Admirava tamanha paciência e dedicação. Até chegava a pensar que no seu pen-driver, não havia mais espaço para tanta informação.
Passava noites adentro, fins de semana deitado sobre o computador, parecia não ter fim tudo que precisávamos apresentar no dia da entrevista. De uma coisa tínhamos certeza, não seríamos reprovados por falta de informação e do idioma. E mais uma coisa eu tenho certeza, CARECA ele não fica mais...rsrsrs...
A semana que antecedia a entrevista, a ansiedade aumentava, a adrenalina tomava conta da gente, tudo o que se possa imaginar aconteceu nesta semana: o carro estragou, o computador foi infectado por vírus, a constante dor de barriga, a insônia, a queda de cabelo, a quantidade de chocolate ingeridas...rsrsrs... tem prova de resistência maior do que isso?
No próximo post, vou falar sobre a nossa viagem a São Paulo e a nossa entrevista.
À bientôt..